Espetáculo

Bio - Círculo da Vida

Bio - Círculo da Vida

Ano de estreia

2019

Sinopse

Bio – Círculo da Vida é um monólogo teatral que trata das relações de cuidado entre as pessoas. A dramaturgia, criada em processo colaborativo, parte das memórias da atriz Angela Finardi e de muitas pessoas por ela entrevistadas que que se dispuseram a compartilhar memórias afetivas sobre cuidar e ser cuidado. Bio trata deste fio que é a vida e que guarda em seu novelo-memória, o vivido e o sonhado. Pensado para um público de 50 pessoas, o espetáculo propõe ao público momentos de poesia, reflexão e interação.

Alguns Locais por onde o espetáculo passou:

Editais Aprovados

Processo Criativo

Bio – Círculo da Vida é um monólogo teatral que trata das relações de cuidado entre as pessoas. A dramaturgia, criada em processo colaborativo, parte das memórias da atriz e de muitas pessoas por ela ent revistadas que se dispuseram a compartilhar memórias afetivas sobre cuidar e ser cuidado.

Bio trata deste fio que é a vida e que guarda em seu novelo-
memória, o vivido e o sonhado.

Pensado para um público de 50 pessoas, o espetáculo propõe ao público momentos de poesia, reflexão e interação.

Dramaturgia criada em processo colaborativo

Curiosidades

Há uma proposta de interatividade logo no início do espetáculo. A cena inicial, inspirada no Museu da Empatia, um museu sediado em Portugal, é um convite ao público para escolher e calçar um dos 50 sapatos dispostos pelo palco. Cada participante receberá o áudio ou vídeo em Libras (no caso de ser uma pessoa com deficiência auditiva) no seu celular, com a história da(o) dona(o) do sapato escolhido. Os participantes serão convidados assim a calçar, andar com o sapato e se colocar no lugar desta pessoa…

Quem narra as 50 histórias em Libras presentes nos vídeos é o ator Darley Goulart, um ator surdo que participa do grupo Libração, de Joinville. Darley, que trabalha com audiovisual leu as histórias transcritas pela equipe de produção e gravou os vídeos. Já os vídeos da cena, com tradução em Libras contaram com um trabalho diferenciado. Na gravação a intérprete em Libras, Márcia Santos traduzia o texto falado pela atriz e os gestos eram espelhados (imediatamente copiados) pelo Darley, que por ser ator colocou a alma das personagens na sua interpretação.

Outra pessoa que participou do processo dando dicas imprescindíveis de audiodescrição para cegos foi a Talita Bolduan, frequentadora assídua de Teatro. Talita é escritora e professora. Cega desde os 14 anos ela é graduada em Letras e concursada na Prefeitura Municipal de Joinville.

Muitas pessoas além das que estão nominadas na ficha técnica
participaram do processo criativo doando suas histórias, seus sapatos, ou ainda o seu tempo para transcrevê-las… A lista de agradecimentos no programa da peça é vasta. Prova de que o Teatro é uma arte coletiva, feita a muitas mãos, ainda que haja uma única pessoa em cena.

O Percurso Criativo de Bio (Círculo da Vida) por Ângela Finardi

Em 2016 escrevi o projeto para o Edital do SIMDEC – Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura de Joinville. Escrevi enquanto estava em Lages, cuidando da minha mãe e refletindo sobre a vida enquanto um ciclo. O projeto foi aprovado em 2017, o recurso liberado em março de 2018 e desde então a pesquisa para a criação da dramaturgia teve início, com o processo criativo se intensificando no segundo semestre de 2018.

A proposta de criação dramatúrgica

O processo criativo de Bio partiu das minhas memórias de vida e da coleta de muitas histórias que envolvem a ação de cuidar e ser cuidado. A proposta inicial era coletar estas histórias presencialmente e pela internet, verificando assim como e quando se dava a necessidade da presença física para a ação de cuidar, se havia possibilidade de cuidar à distância, abrangendo, enfim, essas duas formas de cuidado. Foi criada uma página no Facebook especificamente para a pesquisa das histórias, para a composição da dramaturgia.

A página acabou sendo utilizada pelas pessoas que tinham vontade de compartilhar a sua história apenas como um primeiro contato. A preferência manifestada pelas pessoas foi o encontro presencial. Além das histórias as pessoas que participaram responderam a algumas perguntas como: O que é cuidado para você? Você cuida de alguém? Quem cuida de você? O que seria da vida sem cuidado? Do que é feito o tempo?

As pessoas que compartilharam suas histórias tem diversos perfis sócio econômico-culturais. Profissionalmente trabalham como atores, compositores, músicos, escritores, professores, advogados, fisioterapeutas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, cuidadores, médicos, psicólogos, jornalistas, terapeutas ocupacionais, performers, donas de casa, estudantes, vendedores ambulantes.

No decorrer do processo criativo surgiu a ideia de uma cena interativa, inspirada no museu da empatia, um museu sediado em Portugal. Para tanto, as 50 pessoas que compartilharam suas histórias também doaram um par de sapatos. O público, também limitado a 50 pessoas será convidado a calçar um sapato diferente do seu e ouvir a história daquela pessoa e tentar se colocar no lugar
dela. Andar com os seus sapatos.

Como tratar deste tema, o “cuidado” sem pensar na inclusão e na acessibilidade? Essa pergunta surgiu para mim quando coletei a história de um ator que era surdo. Assim, cada uma das 50 histórias coletadas foi transformada em vídeo em Libras, pelo Darley, ator que também trabalha com vídeo. E trabalha bem pacas, diga-se de passagem. Ele compreende bem a língua portuguesa, além de Libras, o que não é uma regra e sim uma exceção (Você vê com frequência professores de Libras nas escolas tradicionais?). Quem me levou até ele foi a Nathieli, uma amiga atriz e terapeuta ocupacional, a quem devo agradecer muito pela assessoria em Libras nas conversas. Ao coletar histórias de uma escritora e uma estudante de Direito, ambas deficientes visuais, tive acesso a informações preciosas sobre como tentar deixar o trabalho mais acessível para pessoas cegas ou com baixa visão. E também tive o prazer de rever o Aldo, um amigo para-atleta que conheci na faculdade e que admiro muito e assim ampliar um pouco o meu horizonte no que tange a acessibilidade para cadeirantes.

A primeira pessoa que me contou uma história para Bio (círculo da vida) e doou o seu sapato foi um diretor que admiro muito, o Silvestre, habituado a ouvir histórias com muita atenção, junto aos atores da Dionisos. Ele bem sabe a importância que uma história tem para quem quer ouvir. E também sabe ouvir atentamente as pessoas. Na coleta das histórias a Isadora, minha filha, que estuda Psicologia esteve sempre presente, ajudando a gravar e aprendendo a ouvir ainda mais atentamente, percebendo vários sinais que o corpo dá para além das palavras que são ditas. Das 50 histórias, três foram escolhidas para serem representadas, além de
fragmentos da minha história. Foi difícil escolher. Penso em um dia trabalhar todas elas para colocá-las na cena de acordo com o que eu sentir no momento, mas por enquanto são 3.

Este trabalho foi feito à muitas mãos, com muita dedicação, para ser compartilhado com todas as pessoas que desejem parar para olhar. Olhar mais devagar. Parar para ouvir. Ouvir mais devagar. Parar para tocar. Tocar mais devagar. Parar para sentir. Sentir mais devagar. Parar para perceber. Perceber a vida. Que é efêmera. E exige cuidado.

O desenho da dramaturgia, a ordem como os elementos surgem foi criado durante o processo dos ensaios, por Sabrina Lermen, que assina a direção.

Importante ressaltar que a trilha sonora do espetáculo é uma camada importante da dramaturgia, com uma sonoridade que toca o público do início ao fim, desde o pulsar do coração quando a plateia adentra o teatro, até o acorde final. Para compor a trilha sonora, Prika Lourenço ouviu todos os áudios das pessoas entrevistadas. Afetada por estes áudios criou as músicas presentes no espetáculo, que junto da iluminação compõe parte importante da dramaturgia.

Relatos de Experiência

Ficha Técnica

Dramaturgia: Angela Finardi e Sabrina Lermen a partir de relatos diversos, coletados nas redes sociais e entrevistas pessoais.
Elenco: Angela Finardi
Direção: Sabrina Lermen
Assistência de direção: Prika Lourenço
Cenografia e figurino: Lucas David
Iluminação: Flávio Andrade
Trilha sonora: Prika Lourenço
Fotografia: Ricardo Weg, Chiara Beppler Maria Izabel Hostin, Breno Augusto Monteiro e Gabriela Polippo
Gravação e edição de vídeos: Ricardo Weg
Gravação e edição de vídeos em Libras para celular: Darley Goulart Nunes
Intérprete em Libras: Márcia Santos e Darley Goulart Nunes
Assessoria em Libras: Nathielle Wougles
Design gráfico: Isadora Dickie e Haro Schulenburg
Produção: Angela Finardi e Prika Lourenço
Apoio Cultural: Secretaria de Cultura e Turismo, Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura – SIMDEC e Prefeitura de Joinville

Proposta de Apresentação

Público total: 50 pessoas por apresentação
Indicado para: Refletir sobre as relações interpessoais e ampliar a empatia.

CNPJ: 33.230.423\0001-57
Endereço: Joinville-SC

Contato